Radio online

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Estética Negra

Para muitos povos africanos, está na cabeça e, em especial, nos penteados, as mais importantes maneiras de manifestar beleza e identidade. Cada penteado tem um nome, uma forma, uma maneira especial de ser construído, demandando diferentes materiais e adornos como óleos de animais e de plantas, barro, fibras, conchas, penas, tecidos, objetos reciclados de plástico, metal. Alguns penteados são verdadeiras esculturas sobre a cabeça, combinando com acessórios: brincos, pulseiras, colares e maquiagem.
O cabelo vem ao longo da historia afro-descendente significando um elo de ancestralidade com os povos africanos e, portanto, uma energia estética e cultural. O assumir e valorizar os cabelos enquanto distintivos raciais/étnicos acompanham os processos de conquista do direito cultural e do direito à cidadania. Não se pode ignorar o longo percurso de combates e reflexões por parte do movimento negro como um todo, em seus vários direcionamentos, com grande veemência a partir da década de setenta, para que hoje nós possamos ver pessoas às ruas com os cabelos trançados (lembrando-se de que não há critério de valor para cabelo – ruim x bom), com turbantes ou com roupas estampadas de inspiração africana. Estética negra é moda negra. Os “artistas da estética negra”, a seguir, ratificam a realidade do belo no negro com o seu fazer cotidiano refletido nas roupas, no trançar, no pentear, nos filares, na confecção de bolsas, sapatos etc. Estética negra é, originalmente, ritual.


Nenhum comentário:

Postar um comentário